domingo, 26 de fevereiro de 2012

Conheça mais sobre a Estatuinte que originou o atual Estatuto



Trecho do texto "Carreira Docente em Debate" - Adusp
“A reforma completa do Estatuto da USP começou a ser votada na 769ª Sessão Extraordinária do CO, no dia 23/5/1988, logo após a Comissão de Sistematização ter apresentado seu anteprojeto de Estatuto com base nos textos elaborados pelas diversas comissões temáticas, entre elas a Comissão de Carreira e Regime de Trabalho, da qual fez parte o professor João Zanetic, na qualidade de representante dos professores assistentes (MS2) no CO.
No segundo semestre de 1987, a Adusp, a Asusp e o DCE organizaram o III Congresso da USP, com participação paritária de funcionários, estudantes e docentes, que tinha como finalidade central debater a concepção de Universidade e , a partir dela, elaborar um anteprojeto de Estatuto da USP. Das propostas do III Congresso emanaram emendas a quase todos os artigos do anteprojeto da Comissão de Sistematização.
É importante informar que, antecedendo a votação da reforma, um decreto de setembro de 1987 alterava a sistemática de votação. Ele estabelecia que a reforma dos Estatutos ocorreria em ‘votação secreta’ e que o quórum, nos dois anos seguintes, seria reduzido para ‘maioria absoluta’, o que então equivalia a 44 votos, ao invés dos dois terços da totalidade dos membros do Co.
Convém lembrar também que as bancadas docente e discente (à época, não havia representação dos funcionários), juntamente com mais alguns conselheiros, pleiteavam que a ‘votação secreta’ fosse susbtituída pelo ‘voto aberto e nominal’. Essas bancadas entendiam que essa mudança seria coerente com a construção de uma sociedade democrática e que a Universidade de São Paulo teria que ser exemplar naquele momento vivido pelo país, recém saído dos anos de chumbo da Ditadura Militar que impedira, em 1969, a aprovação de um Estatuto democrático, que incorporava várias propostas vindas do projeto de Estatuto elaborado pela Comissão Paritária de 1968.
A alteração estatuária para o voto aberto e nominal possibilitaria, no entender das bancadas discente e docente, a negociação no plenário do Co entre os anteprojetos emanados da Comissão de Sistematização e do III Congresso da USP. Ou seja, possibilitaria que fossem postas em debate as diferentes concepções de Universidade, presentes no CO, que embasariam inclusive as diferentes proposições de carreira docente.
Atendendo a compromisso que havia assumido numa visita ao Conselho de representantes da Adusp, em 8/3, o reitor José Goldemberg se comprometeu a colocar como questão de ordem essa alteração estatuária. Depois de várias horas de discussão acalorada, a matéria foi colocada em votação: 53 conselheiros pronunciaram-se favoravelmente ao ‘voto secreto’, contra 31 favoráveis ao ‘voto aberto e nominal’. Essa discussão ainda é atual: é razoável, por exemplo, que propostas de reforma do Estatuto da universidade sejam decididos em votação secreta?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário